APRESENTAÇÃO



Este Simpósio Internacional é um evento organizado em conjunto pelos professores do PPGPS/UERJ – Jorge Coelho Soares e Ariane P. Ewald - e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFC – Maria de Fátima Severiano e Cássio Braz de Aquino. Ele é um desdobramento e continuidade do I Simpósio realizado na UFC, em 2011, e que vem consolidar esta parceria interinstitucional entre nossos Programas de Pós-Graduação. Pretende promover, quer para a comunidade acadêmica, quer para o público interessado, uma discussão interdisciplinar e crítica sobre a função e o papel do tempo na construção das subjetividades na contemporaneidade, acolhendo as diversas perspectivas e saberes que se voltam para o tema.

Mantendo os principais e grandes eixos temáticos que nortearam o Simpósio de 2011 na UFC, “o mundo do trabalho”, “a cultura do consumo e as novas subjetividades contemporâneas”, abre-se agora para novas possibilidades de discussão, mantendo a noção de TEMPO como referência fundamental. Neste sentido, a problemática que reúne e baliza os trabalhos a serem apresentados, é a discussão sobre como, as diversas temporalidades contemporâneas, se articulam com o mundo social na modernidade tardia que caracteriza o tempo social em curso. 

Partimos aqui do pressuposto essencial de que ao homem da modernidade cabe construir seu mundo e delinear os contornos de sua felicidade de modo absolutamente inédito, já que a humanidade hoje se habilita a definir sozinha, no reino do desencantamento por ela instituído, os valores que lhe permitirão  viver da "melhor forma possível", segundo acredita. Cabe, portanto, a este novo homem moderno, assumir inteiramente sua humana condição. E esta invenção de si mesmo se dará, atravessada por dois tipos de tempo: o do vivido por ele de forma singular no qual, ao realizar as ações que constituem sua vida, desenha para si e para os outros um percurso que lhe pertence por direito; e um outro tipo de tempo, que revela aos poucos um projeto fundamental de si mesmo, intuído em seu arcabouço, mas que só se constitui efetivamente nas relações sociais tornadas possíveis em suas circunstâncias históricas particulares e que termina por se construir como um projeto coletivo.

A condição humana instala-se, assim, no tempo de viver quer no que tem de absolutamente singular, quer naquilo que diz respeito a uma comunidade de destino, construída por todos os seus membros.